No dia que nasceu sua filha, certo homem, não sentiu grande
alegria. Por que a decepção que sentia, parecia ser maior do que o grande
conhecimento em ter uma filha.
- Ah! Eu queria um filho homem! Lamentava ele.
Em poucos meses ele se deixou cativar pelo sorriso de sua linda
filha e pela infinita inocência de seu olhar fixo e penetrante, foi então que
ele começou a amá-la com loucura. Seu rostinho, seu sorriso não se apartavam
mais dele. Ele fazia planos sobre planos, tudo seria para sua filhinha!
Numa tarde estavam reunidos em família, quando ela perguntou a
seu ele:
- Papai, quando eu completar quinze anos, qual será meu
presente?
- Meu amor, você tem apenas sete aninhos, não lhe parece que
falta muito tempo para essa data?
- Bem papai, tu sempre dizes que o tempo passa voando, ainda que
eu nunca o tenha visto por aqui.
Passaram-se os anos e ela já tinha catorze anos e ocupava toda a
alegria da casa, especialmente o coração de seu pai. Num Domingo eles foram à
igreja, ela tropeçou, e seu pai de imediato agarrou-a para que não caísse. Já
sentados nos bancos da igreja, ela foi caindo lentamente e quase perdeu a
consciência.
Seu pai levantou-a e a levou imediatamente para o hospital. Ali
permaneceu por dez dias e foi então que o informaram que ela padecia de uma
grave enfermidade que afetava seriamente seu coração.
Os dias foram passando, seu pai renunciou a seu trabalho para
dedicar-se a ela. Todavia, sua mãe, decidiu trabalhar, pois não suportava vê-la
sofrendo tanto.
Numa manhã, ainda na cama, a jovem moça perguntou a seu pai:
- Papai? Os médicos te disseram que eu vou morrer?
- Não meu amor! Não vais morrer! Deus que é tão grande, não
permitiria que eu perca o que mais tenho amado neste mundo.
- Quando a gente morre vai para algum lugar? Podem ver lá de
cima sua família? Sabes se um dia podem voltar?
- Bem filha, na verdade ninguém regressou de lá e contou algo
sobre isso, porém se eu morrer, não te deixarei só, onde eu estiver buscarei
uma maneira de me comunicar contigo, e em última instância utilizaria o vento
para te ver.
- O vento? E como você faria?
- Não tenho a menor ideia filhinha, só sei que se algum dia eu
morrer, sentirás que estou contigo, quando um suave vento roçar teu rosto e uma
brisa fresca beijar tua face.
Nesse mesmo dia à tarde, eles foram informados pelos médicos que
sua filhinha necessitava de um transplante de coração, pois do contrário ela só
teria mais vinte dias de vida.
“Um coração! Onde
conseguir um coração? Um coração! Onde, meu Deus?”
Nesse mesmo mês, ela completaria seus quinze anos. E foi numa
sexta-feira á tarde quando conseguiram um doador. Foi operada e tudo saiu bem. Ela
permaneceu no hospital por quinze dias e nenhuma vez seu pai foi visitá-la.
Os médicos lhe deram alta e ela foi para sua casa. Ao chegar em
casa com ansiedade ela gritou:
- Papai! Papai! Onde tu estás?
Sua mãe saiu do quarto com os olhos molhados de lágrimas e
disse-lhe:
- Aqui está uma carta que teu pai deixou para ti.
“Filhinha do meu coração: No
momento em que ler minha carta já deverá ter quinze anos e um coração forte
batendo em teu peito, essa foi à promessa que me fizeram os médicos que te
operaram. Não podes imaginar nem remotamente quanto lamento não estar a teu
lado. Quando soube que morrerias, decidi dar-te a resposta da
pergunta que me fizeste quando tinhas sete aninhos e a qual não pude responder.
Decidi dar-te o presente mais bonito que ninguém jamais faria por minha
filha... Te dou de presente minha vida inteira sem nenhuma condição, para que
faças com ela o que queiras. Viva filha!! Te amo com todo meu coração!!”
Foi quando ela chorou por todo o dia e toda a noite. No dia
seguinte foi ao cemitério e sentou-se sobre o túmulo de seu pai.
Chorou tanto como ninguém poderia chorar. E sussurrou:
- Papai, agora posso compreender quanto me amava! Eu também te
amava e ainda que nunca tenha dito, agora compreendo a importância de dizer: “Te Amo"
e te pediria perdão por haver guardado silêncio tantas vezes.
Nesse instante as copas das árvores balançavam suavemente, caíram
algumas folhas e flores, e uma suave brisa roçou a face da jovem moça, que
olhou para o céu, tentou enxugar as lágrimas de seu rosto, se levantou e voltou
para casa.
Por favor, jamais deixes de dizer: "TE AMO" Jamais saberás se esta será a última
vez!
Autor desconhecido
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